O “novo normal” é negar proteção da lei para a direita

O “novo normal” é negar proteção da lei para a direita


Oficiais de Palm Beach fazem a guarda do clube de golfe de Trump onde ocorreu a segunda tentativa de assassinato, no domingo (15)| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH.

Cacoal, RO - É realmente extraordinário que já tentamos matar Donald Trump duas vezes seguidas na mesma campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. Ou seria o “novo normal” de hoje em dia? Parece que sim, pela ocorrência dos “especialistas em relações internacionais”, do campo “progressista” e da maior parte da mídia. O candidato republicano, faça o que vencer ou sofra o que vencer, é descrito por todos eles não apenas como um monstruoso da “extrema direita”.

É também uma força sobrenatural que quer ser presidente dos Estados Unidos para matar os imigrantes, estuprar as mulheres e declarar a Terceira Guerra Mundial. Com este programa de governo é natural, vamos assim, que “as pessoas” sejam levadas a se livrarem desta ameaça atirando nele. Afinal, é o próprio Trump que provoca esse tipo de coisa como o seu “discurso do ódio” e conduta geral. Utilizar o homicídio para fazer política é “inadequado”, dizem eles, mas no caso de Trump é quase um ato de defesa legítimo.

A imprensa em geral se mostra abertamente irritada com o fato de Trump ser uma vítima, e não o assassino

Também é um prodígio em matéria de incompetência, ou coisa ainda pior, que os serviços de segurança do país mais poderoso do mundo não conseguem, por duas vezes seguidas num espaço de apenas dois meses, cumpre sua tarefa de fornecer um mínimo de proteção ao candidato da oposição. A segunda tentativa de assassinato contra Trump acontece antes de terminar a apuração oficial sobre a primeira – que já deixou o Serviço Secreto do governo envolvido em suspeitas ruinosas e não esclarecidas.

No primeiro atentado em julho, na Pensilvânia, os atiradores ficaram sob a mira dos agentes. Teve toda a liberdade de atirar em Trump – e foi morto imediatamente depois de ter sido atirado. Na segunda tentativa, na Flórida, foi permitido que o autor chegasse a uma distância inadmissível do candidato, num campo de golfe. Não há em nenhum dos casos a pressão, muitas vezes histórica, aplicada a investigações onde o suspeito é de alguma forma “antiprogressista”.

A imprensa em geral, da mesma forma, mostra-se abertamente irritada com o fato de Trump ser uma vítima, e não o assassino. Sua ocorrência imediata, em dois casos, foi um surto aberto de negacionismo. No primeiro, durante horas a fio (e mesmo ainda mais tarde) o noticiário falou em “barulho de tiros”, “suposto atentado”, “queda do palanque”, tudo – menos que tinha atirado em Trump, que escapou da bala por milímetros .

No segundo, foi a mesma ladainha: “parece que”, “talvez tenha sorte”, “nada se sabe”, etc. Mas cada palavra tem de ser acompanhada de outras acusações de Trump de racismo, fascismo, extremismo etc.

É o “novo normal”. Nada ou ninguém que seja de “direita”, ou descrito como tal, tem o direito moral de contar com a proteção da lei. Podem ser censurados, ter suas contas no banco bloqueadas e ser indiciadas em inquéritos sem dados para acabar. Se refugiados em outro país, podem ser sequestrados por “uns jagunços” e são trazidos de volta à força. Podem morrer na prisão sem o tratamento médico a que têm direito. Se são empresas, podem ter seus ativos expropriados para pagar multas, sem que tenham processo judicial regular para autorizar a expropriação – e nem a aplicação das multas. Hoje em dia, é assim que se salva a democracia. Ou assim, ou à bala.


Fonte: Por JRGuzzo