Medida do Ministério Público de Rondônia busca reativar 10 leitos de UTI no Hospital Regional de Cacoal (Heuro) e expõe crise na saúde pública no interior do estado. Em seis meses, 636 pacientes precisaram ser transferidos.
Cacoal, RO - O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entrou com uma ação civil pública para obrigar o Estado a reabrir imediatamente uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com dez leitos, que está fechada no Hospital Regional de Cacoal (Heuro). A medida revela uma crise profunda na saúde pública no interior do estado.
De acordo com a ação, a falta desses leitos vitais forçou a transferência de 636 pacientes para outras cidades entre janeiro e junho de 2025. Esses números representam mais do que estatísticas: mostram o drama de famílias, os riscos do transporte de doentes graves e, em alguns casos, a perda de vidas.
O promotor de Justiça Marcos Ranulfo Ferreira foi enfático ao afirmar que é inaceitável um hospital construído para descentralizar o atendimento de alta complexidade funcionar com uma limitação tão grave. Ele argumenta que o fechamento da UTI fere princípios constitucionais, como o direito à saúde, a dignidade da pessoa humana e a eficiência da administração pública.
MP pede solução definitiva e não "maquiagem"
O pedido central do MP é a reativação imediata dos dez leitos de UTI no Heuro, com todas as condições necessárias para seu pleno funcionamento. A ação também alerta contra soluções paliativas, como a compra de vagas em hospitais privados, defendendo que o fortalecimento da rede pública de saúde deve ser uma prioridade real, e não apenas um discurso em épocas de campanha eleitoral.
A situação em Cacoal gera uma contradição: enquanto Rondônia avança em setores como agronegócio e infraestrutura, o cuidado básico com a vida e a saúde da população sofre um retrocesso grave. A ação do MP é vista como a voz de uma população que já não suporta ver seus direitos fundamentais transformados em promessas vazias.
A reabertura dos leitos de UTI em Cacoal é um passo urgente e vital para garantir que o direito à saúde, previsto na Constituição, seja uma realidade para todos em Rondônia.
Fonte: oliberalderondonia.